As autoridades policiais portuguesas e espanholas detiveram nos últimos dias os responsáveis por uma rede que organizava casamentos de conveniência, incluindo em Gondomar, para obter autorizações de residência na Europa, anunciou a Polícia Nacional de Espanha, esta quinta-feira, escreve a Lusa.
Iniciada há mais de um ano, a operação culminou com a detenção no aeroporto de Lisboa, no dia 25 de janeiro, de um homem suspeito de ser o cabecilha da rede, segundo um comunicado da polícia espanhola.
Cinco outras pessoas foram detidas esta semana em Múrcia, onde, no ano passado, já tinham sido detidas 16 outras pessoas alegadamente envolvidas na mesma rede.
Trata-se, segundo a polícia espanhola, de uma rede de cidadãos do sul da Ásia, nomeadamente do Paquistão e Índia, que organizava casamentos fraudulentos para que cidadãos estrangeiros conseguissem residência na União Europeia.
Através de intermediários, a rede captava potenciais clientes a quem pagavam entre 1000 e 4000 euros para aceitar casar-se com imigrantes em situação irregular.
Os imigrantes, por seu lado, pagavam à rede entre 15.000 e 18.000 euros, em muitos casos pagos nos próprios países de origem. A rede organizava testemunhas, certificados e outros documentos que atestavam a alegada relação do casal.
Inicialmente, os casamentos celebravam-se na região espanhola de Múrcia mas, posteriormente, e dadas as primeiras detenções, os atos transferiram-se para o registo civil de Gondomar.
A polícia espanhola refere ter sido coordenada uma operação conjunta com o SEF e a polícia portuguesa que permitiu a detenção do principal responsável da rede, a 25 de janeiro, em Lisboa.
Os outros foram detidos depois na localidade Torre Pacheco (arredores de Múrcia). Estima-se que a rede tenha sido responsável pela organização de cerca de 200 casamentos fraudulentos
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