Os casos de cancro de pele estão a crescer entre os jovens, uma situação que se alterou nos últimos 10 anos.
Os comportamentos de risco, com exposições prolongadas e a horas impróprias ao sol, são a principal causa.
Esta alteração - antes os casos eram sobretudo em pessoas mais velhas - é denunciada por Manuela Pessegueiro, directora do serviço de Dermatologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa e confirmada por João Abel Amaro, coordenador nacional do Dia de Prevenção do Cancro da Pele e do rastreio que ontem teve lugar em 27 hospitais de todo o país.
A médica do IPO adianta que os casos de melanoma - a forma mais perigosa de cancro de pele, que, se não for detectada a tempo, pode ser mortal - estão a ser cada vez mais frequentes em pessoas de 20/30 anos, fruto dos seus "comportamentos de risco" "Os jovens passam a noite na discoteca, dormem de manhã, vão depois do almoço dormir a sesta para a praia e ficam a secar como uns bacalhaus ao sol", lamenta, acrescentando que, muitas vezes, nem sequer têm o cuidado de aplicar e repor o protector solar.
Contudo, a médica alerta que "o protector não é uma armadura" pelo que insiste na moderação da exposição (nunca mais de duas horas seguidas) e na proibição de estar ao sol nas horas mais quentes (entre as 12 e as 16 horas nos dias de maior calor) Também alerta para os cuidados com as crianças (devem vestir camisolas quando estão a brincar à beira-mar) e para os perigos dos dias nublados e da brisa marítima.
Conselhos como estes fazem parte da campanha de sensibilização e de cuidados a ter com o sol que ontem teve lugar no rastreio nacional que decorreu em todo o país. Este ano, João Abel Amaro admite que haverá menos pessoas a participar - no ano passado, foram observados 1154 portugueses - fruto de um "menor impacto mediático" e de uma Primavera "um pouco fria", que faz com que as pessoas andem "ansiosas por ir para o sol" e estejam menos disponíveis para esta temática.
Também o facto de haver hospitais onde o número de dermatologistas baixou drasticamente - dá o exemplo de Faro e de Santarém - não ajuda à contabilidade, visto que os clínicos conseguem ver muito menos doentes num só dia. No caso do IPO de Lisboa, João Abel Amaro diz que, em anos anteriores, chegaram a ser vistas entre 130 a 150 pessoas. Este ano, o rastreio decorre em dois dias (ontem e hoje), mas só serão observadas 40 pessoas. "Muitos tiveram de ser encaminhados para a consulta de triagem".
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