Os suíços votaram, este domingo, num referendo, maioritariamente a favor da proibição dos minaretes nas mesquitas, segundo uma sondagem à boca das urnas relevada pelo canal TSR.
A extrema-direita fez campanha a favor da proibição das torres das mesquitas onde os muçulmanos são chamados para as orações, pelo que o resultado é surpreendente na Suíça.
As sondagens pré-eleitorais davam a vitória ao «não» e a população via neste referendo uma atitude racista e perigosa. Na Suíça, 20 por cento da população é imigrante e há mais de 400 mil muçulmanos.
Amnistia Internacional «consternada»
Entretanto, a Amnistia Internacional (AI) declarou-se «consternada» com a aprovação em referendo da iniciativa que proíbe a construção de minaretes.
Através de um comunicado, a AI assinala que «a proibição total de construir minaretes representa uma violação da liberdade de religião, incompatível com as convenções subscritas pela Suíça».
«Tanto o Conselho Federal (governo) como o Parlamento correram um enorme risco ao recusar invalidar a iniciativa. Vão ter de gerir as consequências desta decisão incompatível com as convenções assinadas pelo nosso país», indicou Daniel Bolomey, secretário-geral da secção suíça da AI.
«Estou chocada»
A ministra suíça das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey, também se manifestou «chocada» com a vitória folgada do «sim» no referendo, iniciativa da direita nacionalista.
«Estou chocada, lamento-o profundamente. Eu penso que este resultado é um sinal de alarme, um sentimento de apreensão, de auto-defesa dos cidadãos num contexto mundial globalizado e de uma crise económica», afirmou a ministra em entrevista a quatro agências de informação.
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