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domingo, 8 de novembro de 2009

Ivan Lins quer abrir uma escola de arte e criar uma orquestra na Cova da Moura...


É um dos grandes compositores do Brasil, mas confessa-se mais português que brasileiro. Esta quinta-feira, Ivan Lins pegou no talento e na fama e levou-os a um dos bairros problemáticos da grande Lisboa: a Cova da Moura. Foi na «favela» portuguesa que o músico diz ter começado um novo «projecto de vida», anunciou que vem viver para Portugal e prometeu cantar com os seus amigos no bairro.


A visita foi combinada à «última hora», mas para Ivan Lins deu frutos. «Este vai ser o projecto da minha vida a partir de hoje», confessa o autor dentro de uma das principais salas da Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura (ASSACM) que desde de 1980 apoia a comunidade de seis mil pessoas. A pequena encosta da Amadora, composta sobretudo pela comunidade cabo cabo-verdiana, cresceu com a forma de «favela», o que a distingue dos restantes bairros sociais na área metropolitana de Lisboa.


Fascinado com Portugal, o músico brasileiro não deixou de «abraçar» a comunidade e projectar para o bairro uma «escola de arte», como explicou: «Conseguir trazer para o Alto Cova da Moura uma escola de música, uma escola de arte. Não só de música, mas também de Ballet, teatro e conseguir formar uma orquestra sinfónica aqui».


Ivan Lins explica como surgiu a ideia: «Foi quando conversei com Manuel Ferreira que apoia os projectos desta comunidade. A primeira coisa que me passou pela cabeça foi fazer este projecto à semelhança do que já existe no Brasil. Vamos tentar juntar pessoas, grupos privados. Vamos começar com uma consulta à Fundação Montepio. Acho que realmente é um projecto de vida que tenho».


«Canta uma música»


O cantor visitou a ASSACM e foi recebido com entusiasmo pelas crianças. «Canta uma música», pediu um dos jovens. Ivan não se fugiu ao desafio e depressa cantarolou «Madalena» para o encanto dos mais novos.


A vinda de Ivan Lins à Cova da Moura foi apadrinhada pelo gerente do balcão do Montepio da Damaia, Manuel Ferreira, que juntamente com o cantor e a associação tentam lançar o projecto no bairro. «Nós estamos a começar a concretizar. Com todos os conhecimentos que tenho, vamos tentar arranjar projectos e eventos para conseguir fundos», adiantou Ivan Lins.


«Vou trazer os meus amigos para cantar de graça»


O projecto deu hoje os primeiros passos e apesar das dificuldades, o compositor brasileiro garante que tudo fará para fazer do sonho uma realidade. «Os concertos são o mais importante. Para gerar fundos e conseguir verbas necessárias para os projectos prioritários, primeiro os daqui: criar mais postos de saúde, melhorar as instalações e dar assistência à comunidade. Essa é a prioridade número um e vamos tentar conseguir fundos para isso através de espectáculos. Vou tentar trazer aqui os meus amigos para cantarem de graça».


Questionado sobre as diferenças entra a realidade portuguesa e brasileira, Ivan Lins explica que «são comunidades carentes em todo o mundo. Acho que aqui pode-se criar uma grande visibilidade para que sirva de exemplo para outras experiências no mesmo sentido».


«Mais português que brasileiro»


De coração aberto a Portugal, o brasileiro confessa que já comprou casa em Lisboa e que viver em Portugal é um dos seus objectivos de vida. «Tô querendo [viver] mais aqui, que no Brasil. Já tenho uma vida muito pronta no Brasil. Estando em Portugal, estou na Europa. Tenho a minha música internacionalizada e estando aqui é mais fácil me envolver e cantar para outras pessoas, outros povos».


Sobre o amor às terras lusitanas, o autor de «Lembra de mim», explica o que sente: «Portugal é a minha segunda pátria. Tem momentos que eu ando aqui nas ruas de Lisboa e me sinto mais português que brasileiro, mas é uma coisa muito particular minha, de formação».

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