A ministra da Saúde acaba de anunciar os resultados da autópsia do rapaz de 10 anos que faleceu esta quarta-feira vítima de gripe A, no Hospital D. Estefânia, em Lisboa.
Segundo Ana Jorge, não foi o vírus H1N1 sozinho a provocar a morte, mas sim a sua conjugação com uma doença que não tinha sido ainda detectada na criança.
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«A autópsia realizada esta quinta-feira revela alterações do músculo cardíaco para além de alterações cognitivas com a gripe A. Este resultado indicia a existência de uma doença cardíaca agravada pelo vírus H1N1, que esteve na origem da morte da criança», disse a governante, em conferência de imprensa.
Dando como «provável» a existência de uma «cardiomiopatia prévia», a ministra explicou: «É uma doença congénita que se traduz no aumento da espessura do músculo cardíaco e geralmente não apresenta sintomas. Com gripe A, uma pessoa com esta doença pode ter morte súbita.»
Ana Jorge especificou ainda que o rapaz de 10 anos, que deu entrada uma primeira vez no Hospital São Francisco Xavier logo na segunda-feira, tinha nessa altura «um quadro clínico compatível com sindroma gripal benigno».
«Perante esses sintomas, a criança foi medicada, aconselhada a ficar em casa sob vigilância», afirmou, acrescentando que só «após o agravamento do seu estado» a criança deu entrada no Hospital D. Estefânia, quarta-feira, pelas 6h00.
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«Os sintomas eram nessa altura compatíveis com uma infecção por gripe. Foi internada no serviço de infecciologia, onde acabou por falecer pelas 14h00», contou.
O ministério da Saúde aguarda ainda pelos restantes exames para concluir que foi esta doença, em conjugação com o vírus H1N1, que provocou a morte súbita da criança.
«As duas situações em conjunto foram a razão da morte súbita», concluiu.
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