A organização da prova está reunida, em Lisboa
A introdução de mudanças profundas na estrutura da prova está a ser equacionada, na sequência do anúncio, ontem, do cancelamento do rali Lisboa-Dakar. A anulação teve por base uma mensagem divulgada no dia 29 de Dezembro por um braço da al Qaeda no Magrebe.
Há um prejuízo de milhões de euros, provocado pela anulação do Lisboa-Dakar. Alguns pilotos podem não voltar a ter condições financeiras para entrar na prova. A organização está reunida para discutir indemnizações.
Clima de insegurança foi determinante para anulação da prova
O comunicado da al Qaeda “vem confirmar as motivações dos terroristas, autores dos assassinatos (dos quatros cidadãos franceses), bem como a mudança radical de estratégia implicada pela integração do Grupo Salafista para a Predicação e Combate da al Qaeda”, refere a Agência France Press, que cita uma fonte próxima do processo.
O braço da al Qaeda do Magrebe islâmico ameaçou atacar os franceses que entrassem no país, onde deveriam decorrer oito etapas da prova, e criticou a colaboração das autoridades com os “cruzados, os apóstatas e os infiéis”, segundo a Agência France Press.
O “clima de insegurança” que resultou da morte de quatro cidadãos franceses na Mauritânia na véspera de Natal terá sido determinante para a anulação da prova.
“Após diversas conversações com o Governo francês e, em especial com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, levando em conta a sua firme recomendação, os organizadores do Dacar tomaram a decisão de anular a edição de 2008 do Rali”, explicou Etienne Lavigne, director da prova de todo-o-terreno.
“O Governo francês invocou razões de Estado para nos aconselhar formalmente a não dar a partida do Dakar. Acrescento que comunicados da al Qaeda no Magrebe citavam o Dakar. Não conheço o conteúdo desses comunicados mas o Quai d’Orsay tem-los em sua posse”, explicou o organizador francês.
Governo da Mauritânia critica decisão
O governo da Mauritânia criticou o cancelamento do Rali, considerando que a decisão representa uma cedência ao terrorismo.
Antes do cancelamento da prova, as autoridades do país chegaram a garantir a segurança da passagem da caravana do Lisboa-Dakar, mas os argumentos não convenceram a organização.
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